Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo - Caminho Central
Turismo do Alentejo, ERT
Percorrer os Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo esconde a promessa de uma aventura, de descobertas inusitadas, do desvendar de uma história que a memória preservou, uma história que se desenrola a cada paragem.
Conhecer os Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo é, mais do que uma viagem, uma experiência que marca, que fica, que se guarda. E que se quer repetir.
No Alentejo
O Caminho Central inclui passagem por Santa Cruz, onde a igreja paroquial, construída no século xvi, esconde uma representação iconográfica de “Cristo no Horto” pouco comum, onde se consegue ver representada a transmutação do suor em sangue.
Mais à frente, na vila medieval de Almodôvar, a paisagem ribeirinha convida a que se apreciem as águas límpidas que atravessam a ribeira do Vascão, inserida na Zona de Proteção Especial do Vale do Guadiana e salpicada por moinhos de água e açudes. Com atenção e alguma sorte, talvez seja possível avistar alguns espécimes raros.
Na vila, o Museu da Escrita do Sudoeste revela a imensa riqueza arqueológica do concelho e, em particular, a singular trajetória de um povo que inventou uma escrita própria, entre os séculos vii e v a. C. Porque os Caminhos de Santiago são muito mais do que apenas caminhar, a barragem de Campilhas, em Santiago do Cacém, construída em 1954, revela-se como a oportunidade de praticar inúmeros desportos náuticos não motorizados e pesca desportiva.
O Caminho continua, com passagem por Alcácer do Sal, que esconde um dos mais importantes exemplares da arquitetura renascentista nacional: a Capela das Onze Mil Virgens. De mármore branco, com uma cúpula coberta por um jaspe translúcido que deixa penetrar os raios de sol, desdobrando-os em jogos de cor na geometria das formas esculpidas, a sua construção é atribuída a António Rodrigues, arquiteto do reinado de D. Sebastião, que recebeu influências da mestria italiana de Miguel Ângelo. Uma cidade onde se pode conhecer também a Lenda da Costureirinha, contada um pouco por todo o Baixo Alentejo, onde são muitas as pessoas que dizem já ter ouvido o som de uma máquina de costura que trabalha sem parar. Reza a lenda que se trata de uma costureira que costura por toda a eternidade depois de ter feito um vestido de noiva para a filha, que morreu antes do casamento.
A viajar pelo Ribatejo
Para os amantes da natureza, a passagem por Benavente traz consigo a oportunidade de se dedicar ao birdwatching e conhecer, nos campos e searas, espécies escassas ou pouco abundantes, que ocorrem tipicamente neste tipo de meio.
Os vales aluvionares ligados aos rios Tejo, Sorraia e Almansor, funcionam como autênticas ilhas ao interromperem a secura característica dos montados. A zona ribeirinha, que acompanha o Tejo e todas as áreas encharcadas, constitui-se como a zona de maior diversidade biológica, onde é possível avistar aves aquáticas migradoras da Europa, espécies migradoras que vêm do sul, como os perna-longa e os rouxinóis-dos-caniços.
Em Santarém, a Igreja da Misericórdia, construção de meados do século xvi (1559), convida a uma visita. Trata-se de um exemplar perfeito de igreja-salão, de três naves, com abóbadas de nervuras cruzadas iluminadas por seis janelas retangulares. Nela encontra a sepultura rasa de Nuno Velho Pereira, uma das personalidades mais significativas da época da expansão portuguesa no mundo, capitão da Índia e patrocinador da Santa Casa da Misericórdia. E encontra também um órgão de tubos, restaurado em 2008, mas datado de 1818.
E é na capital ribatejana que encontra também a Porta de São Tiago, a principal do Castelo de Santarém, onde se pode observar um brasão de armas fernandino de Portugal, assim como as Portas do Sol, hoje tornadas janela panorâmica, assente sobre muralhas e com três torreões. Os Caminhos são também feitos, tal como a história, de episódios por confirmar, tornados lendas, como a da Torre das Cabaças, que conta que, no reinado de D. Manuel, não existindo em Santarém uma torre de relógio, lhe foi pedido que a tornasse possível.
Um pedido que justificou a doação de uma verba para que a mesma fosse construída, tendo sido designados como “administradores” da obra oito vereadores locais. Mas concluída a mesma, em vez de satisfação, o rei não escondeu o seu desagrado, considerando terem sido mal gastos os dinheiros públicos. Assim, no topo da torre, na armação férrea onde está suspenso o sino, o rei mandou colocar oito cabaças, símbolo das oito cabeças dos responsáveis pela edificação.
Quase a terminar o Caminho Central, apresenta-se a Golegã, ponto de paragem obrigatório desde os primórdios da nacionalidade, por aqui se encontrar uma albergaria, pertença de uma mulher da Galiza, conhecida como “Venda Galega”, que terá dado origem, mais tarde, ao nome “Golegã”. Terra de cavaleiros e cavalos, vale a pena conhecer o Centro Cultural Equuspolis, com a sua Biblioteca do Cavalo, o Fórum Manuel Fernandes ou o Museu Municipal Mestre Martins Correia.
Tipos de caminhos
Mostrar perfil de elevaçãoInformação de segurança
Todos os utilizadores dos Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo devem ter presente o seguinte código de conduta.
- Não saia do percurso marcado e sinalizado.
- Não se aproxime de precipícios.
- Preste atenção às marcações.
- Não deite lixo orgânico ou inorgânico durante o percurso, leve um saco para esse efeito. Se vir lixo, recolha-o, ajude-nos a manter os Caminhos limpos.
- Cuidado com o gado, não incomode os animais.
- Deixe a Natureza intacta. Não recolha plantas, animais ou rochas.
- Evite fazer ruído.
- Respeite a propriedade privada, feche portões e cancelas.
- Não faça lume e tenha cuidado com os cigarros.
- Não vandalize a sinalização dos Caminhos.
Em zona de percurso urbano, as marcas de sinalética são de uso exclusivo a pedestres. Outros meios, como a bicicleta, deverão respeitar a sinalização de trânsito.
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Leve sempre água, mantimentos, protetor solar, chapéu, impermeável, calçado confortável e um mapa.
Estatísticas
- 19 Etapas
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